terça-feira, 31 de julho de 2007

OS DEVERES MÚTUOS DE MARIDOS E ESPOSAS

Por Richard Baxter (1615 – 1691)

É seu dever solene viver em quietude e paz. Evitar toda ocasião de ira e discórdia.

A- Reflexões que mostram a grande necessidade de evitar dissensão:

1- Sua união conjugal pressupõe unidade. Você pode discordar da sua própria carne?
2- Dissensão com sua esposa trará dor e transtorno a sua vida inteira.... Da mesma maneira que você não deseja ferir a si próprio e é rápido em cuidar de suas próprias feridas, assim você deveria perceber qualquer quebra na paz de seu matrimônio e depressa buscar cura.

3- O amor se esfria com as brigas, que fazem com que, em sua mente, sua esposa se torne indesejável para você. Ferir é separar, estarem unidos através dos laços matrimoniais, enquanto seus corações estão separados, é um tormento. Ser interiormente adversários, enquanto exteriormente marido e esposa, transforma sua casa em uma prisão.


4- A dissensão entre o marido e a esposa perturba toda a vida familiar, é como bois em juntas desiguais: nada se faz enquanto um luta com o outro.


5- Isto os incapacita para adorar a Deus; vocês não podem orar juntos, nem discutir coisas divinas juntos, nem podem ajudar mutuamente as suas almas.


6- A dissensão torna impossível dirigir sua família apropriadamente.


7- Sua dissensão o exporá à maldade de Satanás, e dará a ele ocasião para muitas, muitas tentações.


B- Conselhos para evitar dissensões:
1- Mantenham vivo seu amor um pelo outro. Ame sua esposa afetuosamente. O amor subjugará a ira; você não poderá ser rancoroso, por causa de pequenas coisas, com alguém que você ama afetuosamente, tampouco dirá palavras ríspidas, indiferentes, ou qualquer forma de ofensa.

2- Marido e esposa têm que mortificar os sentimentos de orgulho e egoísmo. Estes são sentimentos que causam intolerância e insensibilidade. Vocês têm que orar e labutar por um espírito humilde, manso e quieto. Um coração orgulhoso é incomodado e provocado em cada palavra que pareça assaltar sua auto-estima.


3- Não esqueçam que vocês dois são pessoas doentes, cheios de debilidades; e, portanto, esperem o fruto dessas debilidades um no outro; e não se surpreenda com elas, como se você não soubesse disto antes. Decidam ser pacientes um com o outro; lembrando que vocês tomaram um ao outro, como pessoas pecadoras, débeis, imperfeitas e não como anjos, ou como inocentes e perfeitos.


4- Lembrem-se ainda que vocês são uma só carne e, portanto, não fiquem mais ofendidos com as palavras ou faltas do outro, do que vocês ficariam se elas fossem suas. Zangue-se com as faltas de sua esposa na mesma medida que se zanga com você, pelas suas. Tenha a mesma intensidade de raiva e desgosto contra uma falta, quanto terá de empenho e determinação para remediá-la sem machucar e agravar a parte ferida. Isto transformará raiva em compaixão, e o levará a administrar cuidados para a cura.



5- Concordem previamente um com o outro que quando um de vocês estiver pecaminosamente bravo e transtornado, o outro, silenciosa e gentilmente, agüentará até que o irado volte à sanidade.

6- Tenham um olho no futuro e se lembrem que vocês têm que viver juntos atè a morte, e devem ser o companheiro e o conforto da vida um do outro, e então verão como é absurdo vocês discordarem e transtornarem–se mutuamente.


7- Até onde você for capaz, evite todas as ocasiões de ira e discussão sobre os assuntos de seus familiares.


8- Se você está tão bravo e não pode se acalmar, pelo menos controle sua língua e não fale palavras escarnecedoras e ofensivas, que abanarão o fogo e aumentarão a chama; não ventile sua raiva porque você só alimentará sua vingança carnal. Mantenha-se calado, e você retornará muito mais cedo a sua serenidade e paz.


9- Deixe o cônjuge calmo e racional falar cuidadosamente e submetendo suas razões ao outro ( a menos que seja uma pessoa tão insolente que fará coisas piores). Normalmente algumas advertências sensatas e sérias, irão revelar-se como água fria em panela fervente. Diga ao seu cônjuge irado, “você sabe que isto não deveria estar ocorrendo entre nós; o amor deve acalmar e esta raiva causará arrependimentos. Deus não aprova isto, e nós não aprovaremos também quando esta discussão houver terminado. Esta disposição mental é contrária a uma disposição de oração e este linguajar é contrario ao linguajar de oração; nós temos que orar juntos; não façamos nada agora além de orar; de uma só nascente não pode brotar água doce e amarga”, etc. Um pouco de calma e palavras condescendentes de razão, podem parar as torrentes, e reavivar a razão que a raiva quis sobrepujar.


10- Quando vocês agirem pecaminosamente para com seu cônjuge, confessem um ao outro e peçam perdão, e unam-se em oração a Deus pedindo perdão; na próxima vez, isto agirá como um preventivo em vocês que, seguramente, se envergonharão por fazer novamente o que confessaram e pedirão perdão para Deus e para os homens.

(I Co 13; Ef. 5.22-33)

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