segunda-feira, 30 de julho de 2007

DEUS CRIOU A MULHER PARA O HOMEM E O HOMEM PARA A MULHER

Muitos líderes cristãos do Brasil estão apreensivos face à possibilidade de ser aprovada no Congresso Nacional a lei que iguala a homofobia ao racismo e criminaliza qualquer manifestação no sentido de condenar a prática homossexual, pelo eminente perigo que a aprovação representa à liberdade de expressão e ao livre exercício da religião.

O artigo 5º da Constituição Federal, que trata dos direitos fundamentais, estabelece que é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias e que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

O que isso significa na prática? Significa que um cristão, que tem na Bíblia sua única regra de fé e prática, dentro dos limites de sua crença, não pode ter cerceado o seu direito de manifestar sua opinião sobre tudo aquilo que atente contra os princípios de sua fé. Ora, se a Bíblia condena o pecado, entre eles o homossexualismo, como negar ao crente o direito à livre manifestação do seu pensamento em face de práticas que afrontam suas convicções cristãs? E os pastores e padres, deverão suprimir da Bíblia os textos que explicitamente atacam as práticas homossexuais? E se, no exercício de seu ministério pastoral, pregarem contra o homossexualismo, serão acionados na justiça por grupos homossexuais, correndo o risco de serem presos?

Diante de uma situação que se apresenta deveras preocupante para os cristãos, há de se perguntar: pode o Estado Brasileiro, que é laico segundo a Constituição, interferir nos assuntos religiosos, suprimindo aspectos essenciais às religiões cristãs e que dizem respeito exclusivamente à consciência de cada fiel? Pode o Estado determinar o que deve e não deve ser ensinado em termos doutrinários nas igrejas?

Um fato recente revela o perigo que a liberdade de consciência e a livre manifestação do pensamento estão correndo nesse país, ligado à questão dos homossexuais, revelando também que o Estado Brasileiro dá mostras do relativismo moral que caracteriza amplos setores da sociedade civil, os quais pressionam através de campanhas ostensivas as autoridades para que alguns princípios cristãos sejam de vez banidos dos lares brasileiros.

A organização Visão Nacional Para a Consciência Cristã, formada por várias igrejas cristãs, colocou outdoors nas ruas de Campina Grande, na Paraíba, nos quais confrontava o homossexualismo e a criação do homem e da mulher, afirmando que tal criação é boa aos olhos de Deus, negando assim que aquela prática seja agradável ou aceitável aos olhos do Criador. A reação dos homossexuais foi imediata, tanto que conseguiram na justiça a retirada das placas, que, a seu ver, atacavam os homossexuais.

Há no contexto do episódio vários equívocos que a reação ostensiva e imediata dos homossexuais conseguiu encobrir, além de explicitar algumas táticas sobre a tentativa deles em igualar homofobia ao racismo. É salutar que se defina o que são as duas práticas, para então mostrar como são de natureza absolutamente diversa uma da outra.
Homofobia é um termo criado para expressar o ódio, a aversão ou a discriminação de uma pessoa contra homossexuais, enquanto o racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar que se fundamenta na suposta existência de raças humanas distintas e superiores em relação a outras.

Naquela primeira definição, percebe-se o fenomenal sofisma engendrado pelos grupos homossexuais para definir como crime igual ao racismo qualquer manifestação que consideram fruto do ódio que algumas pessoas alimentam contra eles. Para desfazer o sofisma, basta utilizarmos outros exemplos cujos sujeitos se afastam, por opção, do padrão vigente na sociedade.

Se é correto considerarmos que o comportamento padrão de um jovem de dezoitos anos seja estudar, ser cordial e companheiro de seus pais, irmãos e amigos, caso esse jovem resolva experimentar drogas e se torne um viciado, e, em função disso, passe a se comportar de um modo diferente do padrão ao qual seus pais e amigos estavam acostumados, seria correto, justo e razoavelmente aceitável definir como discriminação e ódio a condenação, por parte dos pais e amigos, das atitudes e práticas que aquele jovem resolveu adotar? Os pais e amigos não estariam “atacando” o filho, tornando-o objeto de ódio e discriminação. Estariam, sim, condenando as atitudes que ele, conscientemente, resolver adotar e que o afastavam do comportamento padrão comum aos jovens de sua idade.

Falamos aqui de padrão porque vivemos em um meio social caracterizado, regulado, por padrões. A submissão a determinados padrões sociais de comportamento é necessária para haver equilíbrio entre deveres e direitos, sem o qual seria impossível a relação civilizada entre as pessoas. Sem os padrões viveríamos em um verdadeiro caos, haja vista ser impossível conciliar tantos interesses conflitantes e auto-excludentes, se deixada a decisão a cargo de cada indivíduo. Não obstante, somos livres para seguir ou não esses padrões, tendo consciência que, em maior ou menor escala, reações contrárias surgirão sempre que optamos por fugir deles. Se é padrão que nos caixas eletrônicos se faça uma fila, obedecendo a ordem de chegada, para realizarmos algumas transações bancárias, caso alguém resolva “furar” a fila, não estando amparado pelas exceções da lei, obviamente será alvo de reações as mais iradas possíveis.

Como cristãos, cremos que Deus estabeleceu padrões de comportamento para os seres humanos em todas as áreas da vida, inclusive no tocante às relações físicas entre os indivíduos. E tal padrão segue o princípio da complementariedade.

Segundo a Bíblia, Deus criou Adão e, em seguida, a mulher, Eva. Nesse episódio bíblico existe um sentido de complemento incontestável, pela forma como Deus proveu para o primeiro homem alguém que lhe completasse a existência, sendo capaz de suprir todas as suas carências afetivas e físicas. Para o homem Ele criou a mulher, um ser que, olhado pelo seu oposto, fosse objeto de desejo, não apenas sexual, como também em um nível mais profundo, que é o da comunhão espiritual.

O motivo principal, segundo a Bíblia, para a criação da mulher, foi a percepção divina sobre a solidão do homem. “Não é bom que o homem esteja só”. Ao pensar dessa maneira, o Criador compreendeu, ou melhor, estabeleceu que um ser solitário, sem alguém semelhante, não poderia jamais encontrar a felicidade porque lhe faltaria referência naquilo que nos caracteriza enquanto pessoas racionais, que é a confirmação de que tenho valor intrínseco, ao qual, descoberto por outro ser, gere nele o desejo da comunhão, do compartilhar de sentimentos, sonhos e apreensões. Nesse aspecto, o da necessidade de que um outro me sirva de referência existencial, não há nada que elimine a necessidade essencial que temos de alguém que complete o sentido de nossa vida naquilo em que ela não se justifica por e em si mesma. Isso quer dizer que minha existência somente tem sentido se um outro ser exista para que, num fluxo contínuo e duplo, tanto este ser me tenha como referência quanto eu o tome como minha referência. Não vejo outro sentido na criação de homem e mulher, senão o de que ambos se complementam, em qualquer nível em que a sua carência se manifeste.

Se escolhermos o nível mais imediato, o do corpo, não é óbvio afirmar que as razões mesmas pelas quais fomos criados com órgãos genitais anatomicamente desenhados para que um complete o outro, na união, são, pari passu, a reprodução e a satisfação emocional que somente a relação sexual dá conta?

Além disso, é uma constatação elementar que nossos órgãos têm funções específicas, cujo comportamento fisiológico também seguem determinados padrões, dos quais não se afastam por força de suas características e papel dentro do funcionamento geral de nosso corpo.
Há alguns anos, o programa FANTÁSTICO da Rede Globo apresentou matéria sobre o homossexualismo feminino. Uma sexóloga/psicóloga, cujo nome não me recordo, contestou a afirmação de que o homossexualismo possa ser fruto de uma opção pessoal. Disse ela que nós não escolhemos a pessoa por quem nos apaixonamos. Pode ser tanto um homem quanto uma mulher.

Isso quer dizer que, quando uma menina começa a sentir o seu corpo, ao notar que determinadas áreas são fontes de prazer físico, nada há na sua constituição psíquica que a dirija a desejar que um menino lhe toque nessas partes; e se for uma outra menina quem primeiramente o faça, então estaria em tese definido que o futuro parceiro sexual ideal dessa menina deverá ser uma outra menina, e o contrário, se for um menino quem a ajude a conhecer o prazer físico.

O raciocínio dessa profissional leva-nos à conclusão lógica de que fomos criados como seres sem uma definição prévia quanto a preferência sexual, o que ocorrerá, ainda segundo aquela assertiva, de acordo com as circunstâncias nas quais nossa afetividade e sexualidade sejam despertadas, tirando a determinação mesma da pessoa a quem dedicaremos nosso afeto (incluindo o aspecto sexual) da esfera da vontade enquanto ação consciente e ponderada, destituindo-nos por isso de qualquer culpa quanto às escolhas que aquelas circunstâncias nos imporão.

Contrariando esse pensamento relativista, temos a afirmativa bíblica de que Deus “homem e mulher criou”; não há, por isso, como negar o fato de haver sempre um padrão hétero nas relações instituídas a partir da criação divina, no sentido do complemento, da união de seres diferentes entre si, héteros por natureza, que compreendem haver no outro a fonte única de satisfação física e emocional.

Por ser complexa a mente humana, e com o agravante de faltar “a luz do evangelho de Cristo” a tantas pessoas, é possível que muitas delas encontrem aquela satisfação a partir de uma opção homo. Todavia, um detalhe não deve passar despercebido, para atestar que tal opção apenas reafirma o caráter de complemento existente nas relações héteros: via de regra, um dos parceiros sempre assume mentalmente a condição do outro sexo na relação homossexual, por isso é comum que nessas relações se atribua a um dos companheiros o papel de “homem”, no caso de duas mulheres, ou de “mulher”, no caso de dois homens. Portanto, as relações homo seguem um padrão hétero, justificando a excelência deste no ato mesmo de negá-lo.

E quando a Bíblia diz que é abominação o fato de um homem deitar-se com outro homem como se este fosse mulher (o mesmo aplicando-se a duas mulheres) de forma irrevogável condena o homossexualismo, por se tratar da opção consciente a um padrão comportamental que nega a perfeição da criação divina, tornando-se um pecado detestável aos olhos do Criador, que, ao contemplar as obras de suas mãos, dentre as quais homem e mulher cada um com especificidades que se complementam, viu que “tudo era bom”.

Que Deus liberte os homossexuais, a fim de que eles conheçam Sua maravilhosa graça em Jesus, e glorifiquem ao Criador, razão última por que foram criados.

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